Egressa do Doutorado do IRI/PUC-Rio, Yesa Portela Ormond, recebeu Menção Honrosa no Concurso Nacional José Murilo de Carvalho de Teses e Dissertações da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, a ABED. Yesa recebeu este importante reconhecimento na Categoria Teses com o trabalho intitulado “Eluding Security: The United States Foreign Policy and the Persistence of Wars on Terrors” orientada pelo Professor do Instituto, Roberto Yamato.
Em “Eluding Security”, Yesa parte da pergunta: O que proporciona à “Guerra ao Terror” uma narrativa persistente que continua a influenciar os termos da política externa dos Estados Unidos no século XXI? A partir dessa questão, a autora desenvolve um duplo argumento, apoiado em uma leitura desconstrucionista Derridiana, associada às contribuições de Reinhart Koselleck.
Primeiro, sustenta que a “Guerra ao Terror” é uma estrutura sem centro natural, constantemente (re)preenchida, (re)escrita e (re)significada; um terreno sem fundamento, um espectro-a-vir que escapa às categorias de “política externa” e “segurança”. Defende, também, que essa opacidade se fortalece por meio de imagens de inimigos cujos rostos, características e territórios são apenas provisórios – condição essa favorecida pela impossibilidade de definir, definitivamente, o que é “terror” e quem são “terroristas”.
Em segundo lugar, a autora argumenta que a “Guerra ao Terror” escapa da segurança (eludes security) porque a própria noção de “segurança” é instável na política externa dos EUA. Propõe, assim, deslocar a ideia de “Guerra ao Terror” para “Guerras aos Terrores” (Wars on Terrors).
O foco da tese recai nas “Guerras aos Terrores” do século XXI, especialmente nas imagens de “árabes, pessoas do Oriente Médio e muçulmanos como ‘essencialmente terroristas'”; “imigrantes, requerentes de asilo e refugiados como ‘terroristas em construção'”; e no entrelaçamento de “antifascistas e supremacistas brancos como ‘terroristas domésticos'”.
Assim, a autora sugere a importância de interpretar interpretações — e não tomar abstrações como dadas, mas como produtivas e violentas. Conclui, também, que “(in)segurança”, “terrorismo” e “terroristas” são foras(teiros) constitutivos das “Guerras aos Terrores”, e que, por isso, há impossibilidade de encerramento deste persistente e elusivo cenário sem que os Estados Unidos também tenham seus “fundamentos” abalados.
O Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio deseja os Parabéns pela conquista!