Workshop PET/TEPP 2021.2 | Cidadãos do Mundo: participação popular no glocal

Nos dias 9 e 10 de dezembro será realizado o Workshop PET/TEPP 2021.2 com o tema “Cidadãos do Mundo: Participação Popular no Glocal”.

O evento contará com a apresentação das pesquisas dos alunos realizadas no Núcleo de Pesquisa de Refúgio & Desenvolvimento (NPD&R) do IRI/PET-TEPP, com objetivo de dialogar com os painéis presentes sobre “Investigando o Glocal: As Agendas de Desenvolvimento da ONU no contexto doméstico”, “O Ciberespaço como Ambiente de Participação Popular: Promessas e Limitações” e “As Relações Internacionais na Elaboração de Políticas Públicas”.

Além disso, o evento irá contar com um debate entre os alunos pesquisadores sobre o tema “A Importância da Participação e da Consulta Popular para Políticas de Meio Ambiente”.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
DIA 1 | 09/12

9h00 – 9h30 | ABERTURA

Aline Nalon (Politize)

Mediadora: Maria Clara Mendes 

9h30 – 11h30 | PAINEL 1 – INVESTIGANDO O GLOCAL: AS AGENDAS DE DESENVOLVIMENTO DA ONU NO CONTEXTO DOMÉSTICO

 Alessandra Nilo (GT Agenda 2030)

Patrícia Menezes (Rede ODS Brasil)

Mediadora: Maria Clara Mendes 

11h30 – 13h00 | MESA 1 – UM OLHAR DA MARGEM: DESAFIOS E CONQUISTAS DA PARTICIPAÇÃO POPULAR 

Beatriz Martins e Brenda Eloar
Joana Vasconcelos e Maria Clara Mendes

Mediador: Matheus Fonseca

14h30 – 16h00 | MESA 2 –  DA REFERÊNCIA À OPOSIÇÃO: OS DESMONTES DE PARTICIPAÇÃO NO BRASIL 

Bianca Carvalho e Vitória Maciel

Giulia Alves, Lucas Cittadino e Matheus Fonseca

Mediadora: Brenda Eloar

DIA 2 | 10/12

9h30 – 11h30 | PAINEL 2 – O CIBERESPAÇO COMO AMBIENTE DE PARTICIPAÇÃO POPULAR: PROMESSAS E LIMITAÇÕES

João Victor Archegas (ITS Rio)

Juliana Fonteles (InternetLab)

Mediador: Bernardo Beiriz

11h30 às 13h30 | PAINEL 3 – AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Tainah Pereira (Mulheres Negras Decidem)

Pedro Paulo (LabJaca)

Mediador: Nathan Ferreira

14h30 às 16h00 | DEBATE – A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO E DA CONSULTA POPULAR PARA POLÍTICAS DE MEIO AMBIENTE 

A favor: Débora Rodrigues e Uliana Teixeira

Contra: Renan Canellas e Rubens Araujo

Mediador: Daniel Lannes

Sobre o PET/TEPP:

O PET é um programa financiado pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu) cujo objetivo é promover a formação ampla e de qualidade dos alunos de graduação que o integram, de modo a estimular a melhoria do ensino de graduação e oferecer uma formação acadêmica de excelente nível, que qualifique seus participantes para atuação acadêmica e/ou profissional futuras.

O PET/IRI, intitulado ‘BRASIL GLOBAL’: DESAFIOS DA INSERÇÃO INTERNACIONAL BRASILEIRA EM UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO, tem como objetivo formar alunos com capacidade crítica para análise de temas e problemas centrais ao processo de inserção internacional do Brasil. Visa contribuir para implementação e consolidação de novos métodos de ensino e aprendizagem vinculados ao programa de desenvolvimento curricular do IRI. Serão desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa e extensão nos eixos prioritários: a) Instituições e Governança – participação brasileira na nova arquitetura do sistema internacional, 2) Desenvolvimento e Cooperação – agenda de desenvolvimento internacional brasileira, sobretudo, nas estratégias de cooperação Sul-Sul e 3) Plataforma de Direitos e Temas Sociais – ênfase para posição brasileira sobre direitos humanos, direito humanitário e temática migratória.

A formação pedagógica dos bolsistas está estruturada em atividades de formação básica, realização de pesquisas, monitorias e grupos de orientação, atividades profissionalizantes com especialistas, divulgação de produtos desenvolvidos pelos bolsistas. Espera-se que o grupo articule espaço de produção coletiva, assegurando capacitação que garanta melhor aproveitamento do currículo por parte dos bolsistas e dos alunos agregados, além de fomentar a elaboração de recursos e produtos relativos a temas centrais da agenda internacional brasileira para consulta do público acadêmico e não acadêmico.


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Processos de Paz e Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR): qual o papel da mediação?

Os processos de “Desarmamento, Desmobilização e Reintegração” (DDR) são partes fundamentais da negociação e implementação de acordos de paz. Expressam muitos dos desafios que perpassam a reconstrução de comunidades políticas, incluindo, entre outros elementos, o fim do conflito armado, a reforma das regras de organização da violência no chamado “pós conflito” e o controle democrático das Forças Armadas. Nesse sentido, vale perguntar: qual o papel da mediação nesse contexto de práticas?

O curso “Mediação Internacional”, lecionado pela prof. Maíra Siman, concebe a mediação internacional como prisma analítico privilegiado para abordar importantes aspectos teóricos, conceituais e empíricos que estruturam as formas dominantes de gestão da violência e de construção da paz nos conflitos armados contemporâneos. Entende-se que o estudo das práticas de mediação para a paz possibilita não apenas jogar luz sobre as hierarquias e marginalizações que permeiam a intervenção de atores internacionais em contextos de violência armada, mas também (re) pensar o lugar do Sul Global na produção de conhecimento e de expertise em resolução e transformação de conflitos.

O curso apoia-se no trabalho de várias pesquisas realizado no âmbito da Unidade do Sul Global para a Mediação (GSUM).

Convidamos a tod@s para a aula aberta no dia 2/12, às 15:00 horas, com a participação da prof. Monica Herz, coordenadora do GSUM.

COP26 And Beyond: EU And Latin American Perspectives On Climate Change

A mudança climática tornou-se um desafio fundamental para os países e sociedades, mas a reação política tem sido desigual. A necessidade e a urgência de alocar recursos foram politizadas e as negações das mudanças climáticas ganharam apoio em todo o mundo.

Os principais objetivos da 2ª Conferência Internacional da Rede Jean Monnet ‘Crise-Equidade-Democracia para a Europa e América Latina’ são discutir estratégias e efeitos políticos relacionados às mudanças climáticas e às transformações econômicas em direção a economias de baixo carbono. O evento reunirá especialistas, acadêmicos, estudantes, ativistas e representantes governamentais para refletir sobre os desafios para lidar com as mudanças climáticas no curto e no longo prazo.

A conferência está estruturada em três painéis, que se concentrarão em: 1) estratégias dos países da UE e da ALC e as realizações da COP26; 2) incentivos para práticas agrícolas favoráveis ao clima e ao meio ambiente e segurança alimentar; 3) oportunidades e armadilhas de iniciativas recentes lançadas para combater as alterações climáticas e formas de fomentar a cooperação UE-ALC.

Programação:


Painel 1)  Taking stock of COP-26: EU and Latin American perspectives | 29/11 (10-12h BRT/GMT-3)

Chair: Monica Herz (PUC-Rio)

  • Dep.Fed. Alessandro Molon (Brazilian Chamber of Deputies)
  • Oriol Costa Fernandéz  (Institut Barcelona Estudis Internacionals – IBEI)
  • Ana Toni (Instituto Clima e Sociedade – ICS)
  • MEP Javier Lopez (European Parliament – to be confirmed)

Painel 2) Climate change, agricultural practices and food security in the EU and LAC | 30/11 (10-12h BRT/GMT-3)

Chair: Paulo Esteves (PUC-Rio)

  • Guillermo Orjuela Ramírez (Universidad Javeriana de Cali, Colombia)
  • Alexandra Teixeira (Consultant at International Fund for Agricultural Development – IFAD)
  • Yannis Doukas (National and Kapodistrian University of Athens)

Painel 3) ‘New’ solutions to climate change: causes for optimism? Fostering EU-LAC cooperation | 01/12 (10-12h BRT/GMT-3)

Chair: Andrea Ribeiro Hoffmann (PUC-Rio)

  • Michel de Kemmeter (Flemish Free University of Brussels, Club of Brussels)
  • Maureen Santos (FASE/ Plataforma Socioambiental do BRICS Policy Center)
  • Paula Sandrin (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio)
  • Federico Castiglioni (Istituto Affari Internazionalli – IAI)

Haverá tradução simultânea.

Participe!

Extensão Universitária na PUC: o que temos e para onde podemos ir?

O Núcleo Democracia e Forças Armadas (NEDEFA) da PUC-Rio convida a comunidade acadêmica da universidade para a mesa-redonda “Extensão Universitária na PUC: o que temos e para onde podemos ir?“, que será realizada no dia 02 de dezembro (quinta-feira) das 09h às 11h. 

Discutiremos os urgentes desafios colocados pelos atuais processos de curricularização da extensão universitária, a partir da perspectiva da PUC-Rio enquanto universidade comunitária; e também as possibilidades apresentadas pela extensão frente a questões e temas contemporâneos essenciais, como as interações entre militarismo e democracia. 

  • Mediadora: Manuela Trindade Viana (IRI/PUC-Rio)
  • Maíra Machado-Martins (Coordenadora do Instituto de Estudos Avançados em Humanidades, PUC-Rio)
  • Nilza Rogéria Nunes (Coordenadora de Extensão Acadêmica do Departamento de Serviço Social, PUC-Rio)
  • Andrea Oliveira (Coordenação de Extensão e Ação Comunitária da Vice-reitoria para Assuntos Comunitários, PUC-Rio)
  • Maíra Siman (Coordenadora acadêmica do Núcleo Democracia e Forças Armadas e professora do IRI, PUC-Rio) 

A mesa será realizada via Zoom.


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Café Profissional – 5ª Edição

Como o autoconhecimento é fundamental para a construção do futuro profissional?
Como conhecer o conceito de competências, identificá-las e desenvolvê-las?
Como explorar as opções profissionais disponíveis e quebrar as barreiras de inserção no mercado de trabalho?

A 5ª Edição do Café Profissional convida Cláudia Oliveira para uma conversa sobre essas e outras questões de interesse para estudantes e jovens profissionais.


Cláudia Oliveira é psicóloga e orientadora profissional do Espaço Carreiras da Coordenação Central de Estágios e Serviços Profissionais da PUC-Rio (CCESP).

O evento também contará com a participação do prof. Ricardo Oliveira (IRI/PUC-Rio), prof. André Lacombe (CCESP), e e do Centro Acadêmico de Relações Internacionais (CARI).


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Entorno Estratégico Brasileiro e a Formação de Regiões

O seminário “Entorno Estratégico Brasileiro e a Formação de Regiões” objetiva discutir questões de Segurança e Defesa no Entorno Estratégico Brasileiro, com atenção especial para as dinâmicas de cooperação, bem como de construção e manutenção de mecanismos de governança nas regiões que compõem essa área geográfica.

Em especial, serão abordados temas de Segurança e Diplomacia de Defesa na América do Sul e Atlântico Sul. Também serão objeto de discussão a interferência de potências extrarregionais e seu impacto para os relacionamentos de Segurança e Defesa no Entorno Estratégico Brasileiro.

O seminário é parte dos esforços da rede de pesquisa financiada pelo edital CAPES/Pró-Defesa que inclui a Escola Superior de Guerra (ESG), Escola de Guerra Naval (EGN), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).


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Multilateralismo incerto, adaptação e renovação: qual papel para as operações de paz das Nações Unidas em um mundo em transformação?

Desde o desdobramento dos primeiros observadores militares, em maio de 1948, as operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) vêm contribuindo ativamente para a manutenção da paz e segurança internacional. Ao longo destes 73 anos, este instrumento multilateral voltado para a gestão e resolução de conflitos enfrentou distintos períodos de crise. A despeito de tais dificuldades, as Nações Unidas buscaram caminhos institucionais para adaptar-se a um mundo em constante transformação e responder aos desafios postos pelas sociedades afetadas por conflitos armados.

Ao longo dos últimos vinte anos, diante dos desafios à ordem liberal internacional e seus diversos desdobramentos para os arranjos multilaterais, as operações de paz têm sido permeadas por um conjunto de dilemas que colocam em questão a sua efetividade como mecanismo de segurança coletiva e de produção da paz. Dentre tais dificuldades destacam-se os efeitos de disputa geopolítica entre as grandes potências e os países em desenvolvimento; a crescente informatização das relações políticas, sociais e culturais; o aumento da complexidade e das instabilidades provocadas pela presença de grupos terroristas; e os urgentes desafios na área de gênero, saúde e meio ambiente, entre outras questões. Uma camada de complexidade deve ser adicionada a todos estes elementos em função dos efeitos de curto, médio e longo prazo impostos pela pandemia da COVID-19.

O processo de reforma da ONU recebeu novo fôlego com o atual Secretário-Geral, António Guterres, e tem envolvido, no campo das operações de paz, os Estados membros, o Conselho de Segurança, os países anfitriões, os contribuintes de tropas militares e contingentes policiais, parceiros regionais e doadores no campo humanitário e do desenvolvimento. Nesse movimento, destaca-se o Action for Peacekeeping (A4P), lançado em 2018, e suas oito áreas prioritárias de ação para as Nações Unidas: (1) primazia das soluções política; (2) mulheres, paz e segurança; (3) proteção de civis; (4) proteção e salvaguarda de peacekeepers; (5) capacidades e performances; (6) paz sustentável; (7) parcerias; e (8) conduta dos mantenedores da paz. Tais compromissos, firmados à luz de um mundo em transformação, ao qual as operações de paz procuram se adaptar, levanta um conjunto importante de questões a serem debatidas neste V Encontro Anual da REBRAPAZ.

Após o evento de lançamento da REBRAPAZ, em 2016, e em seguida aos Encontros de 2017, 2018, 2019 e 2020, o V Encontro Anual (2021) dá continuidade ao esforço de debater aspectos relevantes e atuais da agenda de operações de paz, identificando caminhos que contribuam para o fortalecimento do Brasil no cenário de reforma da ONU. Ampliando o escopo dos encontros anteriores, os debates do V Encontro Anual estarão organizados em torno dos grupos de trabalho (GTs) vigentes na Rede: (1) proteção de civis e uso da força; (2) normas e doutrinas; (3) capacidades e performance; (4) mulheres, paz e segurança; e (5) civis em operações de paz.

Antecedendo às atividades do V Encontro Anual, será realizado, no dia 9/11, o IV Seminário de Pesquisa da REBRAPAZ. Com uma chamada para apresentação de artigos e trabalhos sobre as questões propostas para o V Encontro Anual, bem como as agendas de pesquisa dos GTs, o Seminário de Pesquisa é uma oportunidade para debater e divulgar análises que contribuam para a difusão da agenda de operações de paz no Brasil. As atividades do Seminário de Pesquisa serão estruturadas a partir do modelo de painéis com debatedores. Cada trabalho aprovado deverá ser apresentado em até 15 minutos, abrindo espaço para que o debatedor possa apresentar suas impressões e formular questionamentos aos pesquisadores. Da mesma forma, a parte final de cada painel será aberta para que a audiência também tenha a oportunidade de formular perguntas sobre os artigos/trabalhos apresentados nos painéis.

Metodologia

Com vistas a facilitar o diálogo e a promover debates orientados à prática, propõe-se a utilização dos métodos talk show ou “conversatório” para a palestra de abertura, e knowledge café para os painéis 1 e 2 do dia 10/11.

O método de Talk Show aplicado à sessão de abertura funciona como uma entrevista para um programa de televisão: um facilitador fará perguntas ao keynote speaker. As perguntas e respostas mais curtas contribuem para que uma quantidade maior de conhecimento seja transmitida de forma mais rápida, direta e engajadora, já que a audiência tende a manter a atenção por mais tempo nesse formato do que em um formato tradicional de apresentação.

Já o Knowledge Café é um processo de conversação que reúne um grupo de pessoas para compartilhar experiências, aprender umas com as outras, e construir pontos em comum. O método prevê a análise de um conjunto de possíveis questões a serem exploradas e abordadas pelos participantes. Os assuntos são trabalhados em rodadas de interatividade, com discussões baseadas em questões centrais apresentadas por um host principal ou facilitador, e debatidas pelos demais participantes. A partir das conversas, elabora-se policy briefs de no máximo duas páginas, com uma introdução sobre o tema debatido e recomendações.

Público alvo

O público alvo dos dois dias de evento são especialistas e pesquisadores, professores, alunos universitários, militares, policiais, civis da ONU, diplomatas e demais interessados em operações de paz da ONU.

Inscrições

As atividades e debates ocorrerão no formato on-line e serão transmitidos nas redes do BRICS Policy Center (BPC), do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio.

As inscrições para ambos os dias deverão ser realizadas nos seguintes links:

Certificação e Contato:

Mediante solicitação, será enviado um certificado digital aos que participarem do Encontro.

Para outros detalhes, favor escrever para eventos.rebrapaz@gmail.com.

O Mundo Invertido da Liberdade de Expressão na Internet: Tecnoautoritarismo e Moderação de Conteúdo

Nesta aula aberta vamos debater como líderes políticos ao redor do mundo estão se aproveitando de novas tecnologias – em especial das plataformas de redes sociais – para avançar uma agenda autoritária. Ainda, será feita uma análise sobre a relação entre o uso de mídias sociais por estes líderes e os protocolos de moderação de conteúdo de plataformas como Facebook e Twitter. Há uma crescente tensão entre práticas tecnoautoritárias, de um lado, e as diversas tentativas por parte destas empresas de evitar o abuso de seus produtos, por outro, o que fez surgir uma série de propostas regulatórias que ameaçam a liberdade de expressão na Internet em diversos países. 


Palestrante: João Victor Archegas é mestre em Direito Constitucional Comparado por Harvard, onde também recebeu a Gammon Fellowship de excelência acadêmica. Atualmente é pesquisador no ITS Rio, coordenador do ModeraLab e professor de Direito e novas tecnologias na FAE. 

Quando: 4 de Novembro, 5af., de 11-13h

Acesso: 

Para acessar a reunião clique aqui, ou:
Meeting ID: 948 5236 6220
Passcode: 617244

Público: alunos do IRI de quaisquer cursos e períodos

América Latina em tempos de pandemia: desigualdades, desenvolvimento e democracia

A América Latina é uma das regiões do mundo mais afetada pela pandemia da Covid-19. A região, que já vinha experimentando baixas taxas de crescimento econômico desde o fim do ciclo de exportação de commodities (2004-2014), agora enfrenta, com o prolongamento da pandemia, grandes desafios econômicos, sociais e políticos. A crise da saúde exacerbou as desigualdades e a fragilidade dos sistemas sociais, além de colocar em xeque a economia e o emprego na região. A fome e a pobreza que, acreditávamos, estavam diminuindo, voltaram a aumentar. Muitos dos países da região já vivenciavam um processo de desaceleração da atividade econômica, assim como episódios de instabilidade e incerteza política derivada, em grande medida, do descontentamento diante dos altos níveis de desigualdade social e falta de transparência institucional. Agora, a pandemia da Covid-19 aprofunda tais crises e coloca à prova as instituições democráticas, dinâmicas sociais e as estruturas econômicas.


Um conjunto de importantes economistas da região, que se juntaram em torno do “Consenso Latino-Americano 2020”(1), estabeleceram os principais desafios estruturais das economias latino- americanas que foram acentuadas pela crise da Covid-19, e propuseram um conjunto de recomendações que têm por objetivo: a luta pelo desenvolvimento social e, em particular, pela redução da desigualdade; a diversificação produtiva e de exportação com conteúdo tecnológico crescente, apoiada por uma política de desenvolvimento produtivo; uma política macroeconômica e, em particular, finanças públicas sólidas com sistemas tributários progressivos; um firme compromisso com os acordos internacionais, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, as agendas para combater a mudança climática e defender a biodiversidade; por fim, o fortalecimento das instituições públicas e, especialmente, um firme compromisso com a democracia(2).


Essas reflexões e recomendações nos inspiraram a organizar este seminário e refletir sobre a transição da América Latina para o mundo pós-pandêmico. Para superar esses múltiplos efeitos da pandemia, os países devem ser capazes de criar as condições para promover as transformações necessárias e cooperar, dentro e entre os países, e assim caminhar em direção a um mundo mais justo e sustentável.



Dentre inúmeros temas e questões relevantes, destacamos algumas questões que nos pareceram estratégicas e que representam os principais desafios da América Latina no mundo pós-pandemia:

  • Ameaças à democracia e desafios políticos: Que desafios se colocam para as democracias na região? Como compreender a ascensão de forças políticas de extrema-direita e novas forças de esquerda? Como compreender a crise de representação dos partidos tradicionais e quais os impactos dos protestos e manifestações em vários países da região? Como a reação dos Estados no enfrentamento da pandemia agravou, acentuou ou acelerou os atuais processos de reivindicação democrática nas ruas? Como a gestão da pandemia afetará o denso processo eleitoral nos próximos anos? Os governos serão responsabilizados por tal gestão?
  • Meio ambiente, extrativismo e desenvolvimento: Como compreender os atuais retrocessos nas políticas e práticas ambientais na América Latina? Quais são os efeitos das mudanças climáticas na região e quais são os compromissos dos diferentes países na agenda do clima? Quais as oportunidades e os riscos que surgem com o aprofundamento da matriz extrativista e com novo “boom das commodities” que se apresenta? Como se caracterizam as lutas e resistências nos territórios?
  • América Latina entre China e EUA: novas configurações da ordem mundial: Que lugar ocupa a América Latina na disputa comercial e tecnológica entre EUA e China? Que desafios e oportunidades se apresentam para a região nas relações com a China em termos de comércio e investimentos? Como superar a dependência da matriz primário-exportadora e ascender nas cadeias globais de valor? Qual o lugar da América Latina na administração Biden nos EUA em termos da segurança e da geopolítica regional e global? Como fica a integração regional sul-americana diante dessas mudanças? Quais as chances para um processo de integração autônomo e soberano, com resultados sociais e ambientais positivos para as sociedades latino-americanas?
  • Desigualdades e desafios sociais: Quais impactos sociais sofre a América Latina com a pandemia do coronavírus? Que desafios se colocaram para a garantia dos direitos econômicos e sociais? Que novas formas de desigualdades surgem ou foram acirradas com a pandemia? Como se reconfigura o mundo do trabalho? Como enfrentar o crescente endividamento? Qual o papel dos Estados nacionais na recuperação econômica e social no período pós-pandemia?
  • Mesa de encerramento: O Futuro do Desenvolvimento na América Latina

O seminário terá cinco dias de programação, que contará com uma mesa de abertura e uma mesa de encerramento, além de quatro mesas-redondas de debates em torno das temáticas e perguntas acima propostas. As mesas terão como convidados membros da academia, sociedade civil e organizações internacionais.

Ao final do seminário será editada e publicada uma coletânea, na forma de e-book, que reunirá os debates apresentados nas conferências de abertura e encerramento, e nas mesas-redondas.

Comissão Organizadora:
Ana Garcia – BRICS Policy Center, IRI/PUC-Rio
Maria Elena Rodriguez – Núcleo Interdisciplinar de Estudos Iberoamericanos, PUC-Rio
Pablo Ospina – Universidad Andina Simón Bolívar, Equador
Paulo Esteves – Mestrado Profissional em Análise e Gestão de Política Internacional, IRI/PUC-Rio
Isa Mendes – Núcleo Interdisciplinar de Estudos Iberoamericanos, PUC-Rio

Núcleo Curador | Instituto de Relações Internacionais/PUC-Rio:
Luis Manuel Fernandes – Diretor
Monica Herz – Professora titular
Andrea Hoffmann – Coordenadora Pós-Graduação
Manuela Trindade – Coordenadora Graduação

Equipe Técnica | BRICS Policy Center:
Lia Frota – Coordenadora administrativa
Luana Oliveira – Assistente administrativa


Veja mais:

Moedas Digitais: implicações para o sistema monetário internacional

O valor dos pagamentos globais “cashless”, sem a presença do dinheiro físico, está aumentando radicalmente no mundo inteiro. Ainda que o dinheiro físico seja o meio de pagamento mais usado no mundo, as inovações tecnológicas e as novas preferências dos consumidores estão decisivamente transformando o modo no qual os consumidores pagam e administram seu dinheiro. Nesse contexto de vibrantes transformações, as moedas digitais estão ganhando importância. Oitenta e um países, representando cerca de 90% do PIB mundial, estão explorando a emissão de moedas digitais emitida pelo seu respectivo Banco Central. Em maio de 2020, havia somente trinta e cinco países. O Facebook e seu projeto de “stablecoin”, antes conhecido como Libra e agora chamado de Diem, pode vir a ser lançado em breve. Nesse período, El Salvador adotou o #Bitcoin como uma de suas moedas oficiais. Moedas digitais podem produzir mudanças significativas na nossa economia e sociedade, e podem produzir implicações severas para o sistema monetário internacional.

Este evento é parte do projeto Jean Monnet Network. O evento será em Inglês com tradução simultânea.