Crise no Sudão: em um ano, ‘guerra esquecida’ deslocou 8,6 milhões de pessoas

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No mês de abril, o professor do Instituto de Relações Internacionais (IRI/PUC-Rio), Alexandre dos Santos, concedeu entrevista ao jornal O Globo, sobre a Crise no Sudão e o deslocamento de refugiados no continente africano.

“Dados do Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) revelam que 8,6 milhões de pessoas foram deslocadas à força no Sudão no último ano. O conflito fez com que mais de 6,7 milhões de sudaneses deixassem suas casas e outros mais de 1,8 milhão cruzassem as fronteiras do país rumo a territórios vizinhos como o de Chade e República Centro-Africana — que se veem diante de um fluxo inédito de refugiados enquanto suas populações já enfrentam, historicamente, instabilidades sociais e econômicas.

A crise teve início há exatamente um ano, em 15 de abril de 2023, entre as tropas dos dois generais que tomaram o poder em um golpe de Estado em 2021, mas romperam e passaram a disputar o controle do país: o comandante do Exército, Abdel Fatah al-Burhan, líder de facto do Sudão, e seu então número dois, Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, comandante do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).”