Golpes na África, consequências intercontinentais e a diplomacia

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Nos meses de Junho e Agosto, o professor do Instituto de Relações Internacionais (IRI/PUC-Rio), Alexandre dos Santos concedeu entrevistas a jornais como Nexo Jornal, CNN Brasil e O Globo, sobre o golpe de estado no Níger e as implicações na política internacional. O professor chama atenção para o papel da França na região, a oportunidade da instabilidade política e social aproximar o país dos interesses russos e a perda de influência do Ocidente.

Para o Podcast “Ao Ponto” do Jornal O Globo, Alexandre faz um panorama sobre a sequência de golpes de Estado que aconteceram no último ano no continente africano, com uma análise histórica sobre os cenários políticos domésticos e as disputas entre as potências por influência regional. Alexandre também discute a entrada do Egito e Etiópia, países africanos, no BRICS.

“A França, não por acaso, foi a colonizadora de todos esses países, com exceção do Sudão, e é vista, desde sempre, como agindo em prol dos próprios interesses e com muita pouca preocupação com desenvolvimentos regionais, esse é um pano de fundo que costura o que aconteceu na Guiné, Mali, Burkina Faso, Níger e agora no Gabão.”, afirma Alexandre para o Ao Ponto, em relação ao sentimento de insatisfação comum no continente africano. Além disso, para a revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), o professor propõe uma diplomacia literária para a aproximação bilateral entre o Brasil e países do continente africano e a desconstrução de estereótipos históricos a respeito do continente. Examinando, assim, os conceitos e narrativas que moldam as relações já existentes entre esses países e de que forma isso pode ser transformado. Ainda sobre as relações Brasil-África, Alexandre afirma, para a BBC News Brasil, que o Brasil, sob mandato de Lula, está tentando correr atrás de restabelecer as relações bilaterais, que foram renegadas nos últimos governos.