Professores e alunos do IRI participam do 6º encontro ABRI

Entre os dias 25 a 28 de julho, foi realizado o 6º encontro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), e os alunos – 5 mestrandos e 19 doutorandos – e professores do IRI participaram ativamente das atividades que giraram em torno do tema “Perspectivas sobre o poder em um mundo em redefinição”. Foram quatro dias com painéis, mesas redondas, sessões especiais, minicursos, mostras de iniciação científicas, lançamentos de livros e reuniões de grupos paralelos. 

O professor Paulo Esteves, que atuou como presidente da ABRI entre 2011 e 2015, foi homenageado nesta edição, realizada na PUC-Minas. Além dele, participaram do evento os professores Carolina Moulin, Isabel Siqueira, Jimmy Klausen, João Nogueira, Kai Kenkel, Maíra Siman, Mônica Herz, Roberto Yamato, Marta Fernández, Paula Sandrin, Manuela Trindade, Renata Summa, Thauan Santos e Andrea Gill, os pesquisadores de pós-doutorado Jana Tabak, Danilo Marcondes de Souza Neto e Bruno Magalhães, os mestrandos Tatiana Castelo Branco Dornellas, Luciana Teixeira Martinez, Marina Sertã Miranda, Iago Gama Drumond e Eliza Martinelli, e os alunos de doutorado Ana Clara Telles Cavalcante de Souza, Anelise Freitas Pereira Gondar, Beatriz Rodrigues Bessa Mattos, Camila dos Santos, Camila Soares Lippi, Francisco Eduardo Lemos de Matos, Thiago Alves Braz, Pablo Victor Fontes Santos, André Luiz Morais Zuzarte Bravo, Gustavo Alvim de Góes Bezerra, Vinícius Wingler Borba Santiago, Lucas de Almeida Carames, Amanda Álvares Ferreira, Daniel Sebastián Granda Henao, Luisa Pereira da Rocha Giannini, Luisa Cruz Lobato, Camila Amorim Jardim, Victória Monteiro da Silva Santos e Rachel Silva da Rocha Coutinho.

Também nesta edição, a Doutora em Relações Internacionais pelo IRI/PUC-Rio, Renata Summa foi nomeada vencedora do Concurso de Teses e Dissertações promovido pela ABRI.

Confira como foi a participação dos professores no evento:

Dia 25

No dia 25, a professora Marta Fernández e o professor Roberto Yamato ministraram o minicurso “Releituras pós-coloniais e decoloniais do internacional: uma introdução outra”. 

Dia 26

No dia 26, a professora Manuela Trindade coordenou o painel 4 “Crime e Relações Internacionais”, além de apresentar o trabalho “Procura-se: o crime nas Relações Internacionais”, em parceria com Ana Clara Telles Cavalcante de Souza.

O painel 7 “Participação de Crianças em Conflitos Armados: Reflexões Críticas a partir do campo das Relações Internacionais” teve a professora Monica Herz como debatedora.

A cooperação sul-sul e a ajuda oficial para o desenvolvimento”, painel 12, foi coordenado pela professora Isabel Rocha de Siqueira.  

As professoras Carolina Moulin Aguiar, Paula Sandrin e Andrea Hoffman estiveram no painel 19 “Refúgio, deslocamento e migrações”.

Na mesa redonda “O poder e as  comunidades epistémicas de relações internacionais na América Latina”, a professora Monica Herz  foi uma das expositoras. 

Na mesa redonda “Entre falácias e fronteiras: migrações e refúgio nas relações internacionais contemporâneas”, o professor  Jimmy Casas Klausen atuou como debatedor e a professora Carolina Moulin foi uma das expositoras. 

No mesmo dia, Carolina Moulin participou da mesa  “Feminismos e Mulheres nas Relações Internacionais

O painel 27 “Conhecimento e política na cooperação internacional para o desenvolvimento”  teve como coordenadora a professora Isabel Rocha de Siqueira, e o painel 34 “Questionando as Missões de Paz”, foi coordenado pelo professor Kai Michael Kenkel, e o 35 “Tempo, espaço e representações na produção do internacional moderno”, pelo professor  Jimmy Casas Klausen.

Dia 27

No dia 27, o professor Thauan Santos expôs o seu trabalho intitulado “Integração Regional como Política Pública: reavaliando riscos e incertezas” no painel 38 “Mercosul e as negociações comerciais brasileiras”.

No mesmo dia, o painel 41 “Migrações e refúgio em perspectiva crítica: normas e narrativas sobre e para a circulação internacional de pessoas” contou com a participação da professora Carolina Moulin Aguiar e do professor Roberto Yamato.

Kai Michael Kenkel  esteve no painel 48 “O desafio dos Direitos Humanos nos conflitos armados”, e também participou da mesa redonda  “Reconfigurações do poder Global e seus Desdobramentos para as Defesas Nacionais: perspectivas globais e regionais (Parceria ABED)”

Poder e Relações Internacionais no século XXI: desafios conceituais” foi outra mesa redonda do dia e que contou com a participação do professor João Pontes Nogueira.

Roberto Yamato expôs seu trabalho no painel 57 “Fronteiras do Ensino e Pesquisa em Direito Internacional e Relações Internacionais: superando os traumas da interdisciplinaridade a partir de abordagens críticas”.

Monica Herz esteve no painel 60 “Paz e Segurança nos estudos críticos”, enquanto o professor Jimmy Casas Klausen esteve no painel 62 “Temporalidade/generacionalidade e raça/gênero: pensar a nação na teoria internacional”. 

O problema da justiça nas relações internacionais: releituras teóricas” foi o painel 77 e teve participação dos professores Roberto Yamato e João Nogueira.

O professor Bruno Magalhães foi o coordenador do pinel 79 “Segurança Internacional, Estudos Estratégicos e Política de Defesa” . 

Por fim, Kai Michael expos seu trabalho no painel “Questões de ensino e pesquisa em cursos de Relações Internacionais”.

Dia 28

O último dia do evento teve a presença da professora Andréa B. Gill no painel “Raça, classe e gênero como conjunturas políticas: repensando relações de poder através de uma pedagogia descolonial”, que contou com a exposição do trabalho da professora Marta Fernández.  A professora Marta também participou do painel “A questão nuclear e a segurança”, ao lado da professora Monica Herz, e do painel “Gênero, Raça e Interseccionalidade”.

Fotos: Associação Brasileira de Relações Internacionais – ABRI

Roundtables IPS 2017: vídeos e áudios

Nos dias 29 de junho e 06 de julho, foram realizadas as duas mesas redondas da Escola de Inverno IPS

A primeira mesa, que teve como tema “Structuralism and after: IPS and the Critique of Limits”, foi mediada pelo professor Roberto Yamato e contou com a participação dos professores R. B. J. WalkerMichael J. ShapiroJef Huysmans e João P. Nogueira.

Aqui você confere o vídeo do evento, e aqui, apenas o áudio, se preferir.

Já no dia 06, as professoras Cynthia EnloeHeather JohnsonCarolina Moulin Aguiar e o professor Jef Huysmans discutiram “Borders, boundaries, frontiers”.

Confira o vídeo aqui, e o áudio aqui.

Segunda série dos Seminários da Graduação tratou sobre Integração Regional e Segurança na América Latina

Integração Regional e Segurança na América Latina” foi o tema da segunda série de Seminários da Graduação de 2017.1 do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio (IRI/PUC-Rio). O evento, coordenado pelas professoras Andrea Hoffmann, Monica Herz e Claudia Fuentes (IRI/PUC-Rio), foi realizado nos dias 29 e 30 de maio, e composto de três painéis que reuniram diversos especialistas para debater sobre o assunto.

No primeiro painel, mediado pela professora Andrea Hoffmann e intitulado “Identidade e Normas na América Latina”, Esteban Vernick, do Instituto Gino Germani/UBA, e Miriam Saraiva, professora da Uerj, discutiram o conceito de região na América Latina a partir de uma perspectiva interdisciplinar, incluindo reflexões sobre a história, relações sociais, práticas, normas e instituições regionais. Eles abordaram a questão das identidades individuais e coletivas, questionaram a multiplicidade de pertencimentos, explicaram sobre regionalismo e seus fundamentos, além de discutir o grau de integração entre os Estados.

Segurança na América Latina” foi o tema do segundo painel com Antonio Jorge Ramalho, UnB, Paulo Pereira, PUC-SP, Rafael Villa, USP, Rut Diamint, Universidade Torcuato di Tella, e moderação da professora Monica Herz. Eles debateram os dilemas para o controle da região, o crime organizado e seus números e índices, e a visão dos países quando à segurança.

Resolução de Conflitos na América Latina” – terceiro painel – discutiu o papel da União de Nações Sul-Americanas – UNASUL na facilitação de um diálogo político na Venezuela e o caso da Colômbia e a ausência regional na resolução de conflito. Participaram dessa mesa Arlene B. Tickner, Universidade dl Rosario, Colômbia, Arturo C. Sotomayor, University of Texas, Cécile Mouly, FLACSO, e a professa Claudia Fuentes como mediadora.

A discussão incitada pelos seminários contribuiu para pensarmos o papel das regiões para o posicionamento do Estado e da sociedade brasileira na nova Ordem Global do século XXI.

Se você não pôde participar, acesse aqui a playlisyt do evento no YouTube.  

Se preferir ouvir apenas os áudios, clique aqui

Conferência pública com a professora Cynthia Enloe

A professora Cynthia Enloe, Clark University, esteve presente na terceira edição da Escola de Inverno IPS, e participou da conferência pública “In Times Such as These, In a World Such as This… Why Is a Feminist Curiosity So Crucial?” – um evento da Escola em parceria com o grupo MulheRIs. 

Se preferir apenas o áudio,  acesse aqui.

Refúgio e populações refugiadas em perspectiva interdisciplinar

“O que é o refúgio? Quem são e onde estão os refugiados hoje? Quais as leis, normas, tratados que regulam seus direitos e deveres nos planos nacional, regional e internacional? Quais são os desafios de proteção e integração? Como respondem as organizações internacionais, nacionais, locais e os movimentos sociais às suas demandas? Como medo e trauma moldam e mobilizam a categoria do refugiado? Como pensar/ler/falar sobre e com o tema a partir de outros olhares e narrativas?”

Essas e outras perguntas serão discutidas na nova disciplina interdepartamental liderada pelo Instituto de Relações Internacionais e pelos Departamentos de Direito, Psicologia, Letras e Serviço Social. 

O curso contabilizará quatro créditos, sendo 30 horas de conteúdo teórico às sextas-feiras, das 9h às 11h, e 30 horas de conteúdo prático – com visitas institucionais e temáticas.

A disciplina faz parte do projeto piloto para implementação da Cátedra Sergio Vieira de Melo (CSVM) na PUC-Rio. A CSVM foi criada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) a fim de difundir o ensino universitário sobre temas relacionados ao refúgio, e promover a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes dentro desta temática. O projeto opera em cooperação com centros universitários nacionais e com o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE).

Alun@s interessad@s devem se matricular em um dos códigos abaixo, conforme procedimentos e calendário de matrícula da DAR/PUC:

•IRI 1775 – Tópicos especiais em Ris VI

•JUR 1930 – Tópicos especiais em Direito X

•PSI 1858 – Tópicos em Psicologia e Desenvolvimento III

•LET 1879 – Tópicos em Estudos da Literatura III

•SER1230 – Tópicos Especiais de Conteúdo Variável

Quem quiser aproveitar os créditos como eletiva dentro dos seus cursos de graduação, deve escolher o código referente ao seu departamento de origem. Para eletivas de fora, escolher os códigos de outros departamentos.

Professores responsáveis: Carolina Moulin e Roberto Yamato (IRI), Florian Hoffmann, Marcia Nina Bernardes e Bethania Assy (JUR), Ariane Paiva (SER), Monah Winograd e Maria Helena Zamora (PSI), Rosana Kohl Bines, Alexandre Montaury e Eneida Leal Cunha (LET).

Foto usada na arte: Reprodução/UNHCR – The Italian Coastguard / Massimo Sestini

Primeira série de Seminários do semestre debateu desenvolvimento nacional

O Desenvolvimento que Queremos: Bolsa família e os amores e ódios do Brasil” foi o tema da primeira série dos Seminários da Graduação de 2017.1, realizada nos dias 24, 25 e 26 de maio. O evento, coordenado pela professora Isabel Rocha de Siqueira, consistiu em cinco painéis, com diversos convidados, que debateram sobre o desenvolvimento que tem sido formulado nos últimos anos e que se faz importante discutir agora.

Para a professora, é crucial compreender o que impulsiona os nossos modelos para o desenvolvimento, principalmente diante de um cenário de muita polarização política. Ela acredita que as propostas concretas e os projetos de Brasil ficam mais fáceis de se perder uma vez que todo debate político parece uma troca de ataques entre pessoas e partidos. Segundo ela, “nenhum outro programa de proteção social no país e, talvez, em vários outros países, ilustra tão bem essa troca de ataques – os amores e ódios do Brasil”, como o Bolsa Família. 

[ IRI/PUC-Rio lança livro fruto do evento “O Desenvolvimento que Queremos” com acesso livre e download grátis ]

A proposta foi trazer uma discussão diversa, contemporânea, política, polêmica e apaixonada sobre desenvolvimento, com o intuito de discutir ideias. Dessa forma, a jornalista Flávia Oliveira, O Globo e Globo News, deu início aos seminários com o discurso de abertura “De quem o Brasil deve se ocupar”. Na apresentação, ela narrou sua história pessoal para ilustrar os fenômenos socioeconômicos que marcam a desigual sociedade brasileira. Para a jornalista, pensamos o Brasil como um copo meio vazio e o brasileiro, como a grande barreira ao nosso crescimento ou desenvolvimento – é esse, supostamente, o povo que não sabe votar, não estudou, é mal preparado. No entanto, ela gostaria que enxergássemos o Brasil sob o ponto de vista do “copo meio cheio” – um povo que, apesar de ter seus direitos básicos sonegados de acesso à educação pública de qualidade, a indicadores de saúde minimamente razoáveis, a saneamento, que chegou onde chegou e foi capaz de entrar e se manter, desde o século passado, entre as dez maiores economias do mundo.

Após o discurso de abertura, deu-se início aos painéis. Na primeira mesa, intitulada “Desenvolvimento inclusivo: como gerar impactos duradouros?”, e mediada pelo professor Luis Fernandes, o IRI recebeu a pesquisadora Aldaiza Sposati, PUC-SP, e o Secretário da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) Tiago Falcão. Eles falaram sobre a origem do bolsa família, sua finalidade e os questionamentos que o cercam.

Confira aqui a entrevista que fizemos com Tiago Falcão.

No segundo dia, tivemos a mesa “A nossa pobreza: como e a quem dar voz?”, que discutiu a importância de alcançar e empoderar grupos sociais tradicionalmente marginalizados e os riscos de trazer, com isso, uma estigmatização. Como participantes, recebemos a professora Maria A. C. Nascimento (UFPA), o diretor do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Centro RIO+) Romulo Paes, a professora Lenaura Lobato (UFF) e a cientista política Debora Thomé , tendo a professora Paula Sandrin como mediadora.

Confira aqui a entrevista que fizemos com Romulo Paes.

De olho na ODS 10: Combate à desigualdade e políticas participativas” – o terceiro painel do evento – discutiu o aprendizado que pode ser tirado dos programas de transferência de renda, como o bolsa família, e fez pensar o combate à pobreza e à desigualdade no contexto da meta 10 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS10). A professora Maria Ozanira, (UFMA), o professor José Márcio Camargo (PUC-Rio), a pesquisadora Mercedes González de la Rocha (CIESAS México) e Rafael Georges (Oxfam Brasil) participaram da mesa que teve mediação do professor João Nogueira.

No último dia de evento, tivemos o painel “O desenvolvimento que mostramos ao mundo: nosso(s) modelo(s) de combate à pobreza”, que discutiu os princípios que podem guiar os modelos de desenvolvimento brasileiros hoje e no futuro. Nessa mesa, participaram o vereador Eduardo Suplicy (SP), o pesquisador Paulo Jannuzzi (IBGE), o ex-diretor do Ipea Sergei Soares e a professora Isabel Rocha de Siqueira, como mediadora. 

Confira aqui a entrevista que fizemos com Eduardo Suplicy e aqui a entrevista com Sergei Soares. 

Por último, recebemos a vereadora Marielle Franco (RJ) e a pesquisadora Cleonice Dias (CEACC) que trouxeram a voz da experiência de quem conhece a realidade dos benefícios sociais na mesa “Solidariedade e proximidade: o outro e a proteção social no Brasil”, com mediação da professora Marta Fernández

Um lamento por quem não chorou a Marielle, artigo na Le Monde Diplomatique Brasil, por Isabel Rocha de Siqueira ]

Chega de conversa mole, o papo agora é reto

As professoras Thula Pires e Andréa Gill buscam no artigo – publicado no site Empório do Direito – convidar a sociedade a falar sobre branquitude. Em meio aos discursos amplamente difundidos de polarização da sociedade, sororidades, novas alianças e necessidade de reestruturação da luta política popular, não há caminho para chegar a tudo isso sem que se coloque o privilégio branco sobre a mesa. Se esses já não fossem motivos suficientes, a insuportável investida pública contra corpos, culturas, saberes, cosmovisões e formas de vida negras nos obrigam a subir o tom, marcar as incomensurabilidades e exigir que ao menos as instituições públicas comportem-se como constituídas sobre o Estado Democrático de Direito. É no enfrentamento das incomensurabilidades que uma real disputa pela democracia poderá oferecer caminhos efetivamente democráticos de (re)construção dos pactos políticos entre nós, que tomem como inegociável a afirmação de nossa igual humanidade.

Autoras: Andreá Gill & Thula Pires 

Nova parceria entre o IRI e o The Graduate Institute Geneva

Foi firmado um acordo entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e o The Graduate Institute Geneva que permite a seus estudantes obter o diploma das duas instituições no período de três anos ao invés de quatro. Essa parceria é voltada para os alunos do Mestrado Profissional em Análise e Gestão de Políticas Internacionais: Resolução de Conflitos e Cooperação para o Desenvolvimento (MAPI) do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio (IRI/PUC-Rio). 

No acordo, fica estabelecido que até quatro alunos por ano poderão passar o primeiro semestre na PUC-Rio, como estudantes do MAPI, antes de irem para Genebra, onde passarão os próximos dois anos como alunos de um dos dois programas interdisciplinares do Graduate Institute: o Master in Development Studies ou o Master in International Affairs. Os alunos participantes serão coordenados por um professor do Graduate Institute e outro do IRI.

O programa é ideal para estudantes do MAPI que pretendem buscar carreiras em International Affairs/Development Studies, particularmente em agências governamentais, corporações públicas, instituições econômicas e de desenvolvimento, e organizações de consultoria relacionadas.  

Para saber mais sobre os critérios de participação, inscrições e admissões, acesse o site do MAPI.

Evento discute o cenário político brasileiro atual

Na o dia 26 de maio, realizamos o evento “O Cenário Político Atual e as Ameaças aos Direitos Conquistados”, com a participação do Deputado Federal Alessandro Molon e a mediação da professora Isabel Rocha de Siqueira. O convite para a conversa se deu diante o cenário político brasileiro atual e tendo em vista os Seminários da Graduação, concluídos no mesmo dia. Os seminários trataram sobre o presente e o futuro do desenvolvimento do país a partir dos posicionamentos a respeito do programa Bolsa Família e discutiram os riscos tanto das continuidades, como das descontinuidades dos projetos sociais e direitos conquistados. 

O convite ao deputado federal Alessandro Molon, portanto, teve o intuito de localizar os debates dos seminários no cenário político atual, ouvindo em primeira mão sobre a experiência de alguém que esteve no centro dos últimos acontecimentos. Para o deputado federal, o Brasil vive o pior cenário político que já existiu. Sobre as reformas em trânsito no Congresso, ele diz que nenhuma foi ratificada pelo voto popular e que esse é o problema central, uma vez que, em sua opinião, em uma democracia o povo escolhe o que vai ser feito.  Ele é a favor de reformas, já que o ambiente e sociedade estão sempre em transformação, mas a seu ver elas não podem ser pensadas de um dia para o outro e devem ser legitimadas pela população. Diante dos últimos acontecimentos, para Molon, só existe uma saída para a cidadania brasileira: eleições diretas para Presidente da República. 

Mesa-debate discute como as práticas universitárias reproduzem e questionam o racismo

No último dia 23, foi realizada a mesa-debate “Racismo, Branquitude e Universidade”, uma parceria entre o Coletivo Nuvem Negra (CNN) e o Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio (IRI/PUC-Rio), que recebeu Natany Luiz, membro do CNN e aluna do IRI/PUC-Rio, Lourenço Cardoso, professor adjunto na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), e Fransérgio Goulart, Historiador e membro do Fórum Social de Manguinhos (FSM).

O historiador Fransérgio Goulart deu início à mesa com a pergunta “vocês já ouviram falar na palavra branquitude?”. Branquitude é o lugar privilegiado de onde o branco vê o outro, é como os brancos constroem uma imagem que não é a sua, e “o fim do racismo é impossível sem o fim da branquitude” – frase de um texto de Ronilso Pacheco, aluno de Teologia da PUC-Rio e membro do CNN. Fransérgio também questionou sobre o que chamou de “fetiche” em pesquisar as favelas, em comparação com a quase ausência de estudos sobre a elite e os brancos. Para ele, é necessário enfrentar a questão, que passa por ir além do simples reconhecimento do privilégio, em direção a práticas que contribuam, inclusive materialmente, para o fim da branquitude.

Natany Luiz prosseguiu o debate ao falar sobre como o racismo se expressa a partir da Universidade e as suas diversas facetas. Ela destacou a ausência de intelectuais negros nos programas dos cursos universitários e como essa estrutura acadêmica é criada por pessoas brancas e para pessoas brancas. Diante esse cenário, surgiu o Coletivo Nuvem Negra, que é uma potência autônoma de estudantes negras e negros da PUC-Rio que reconhecem a necessidade de uma articulação comum, compartilham a resistência, o afeto e o fortalecimento negro dentro e fora da universidade e que buscam amplificar temas e discussões pertinentes ao povo negro através de discussões, intervenções, ações culturais e debates públicos dentro e fora da universidade.

O professor Lourenço Cardoso explicou a relação entre racismo, branquitude e universidade. Segundo ele, a universidade é um lugar onde os brancos se sentem bem, e ao invés disso, deveria ser um pluriuniverso, um lugar onde todos vivam bem. O racismo é constatado na universidade através da desigualdade social e da desigualdade racial, que é sempre vista como uma desvantagem para o negro e nunca uma vantagem para o branco. Assim, o branco sempre aparece, mas escondido. Estudamos a história do Brasil que é, na verdade, a história do branco. 

Com mediação de Bruna Silva, do IRI/PUC-Rio, o evento lotou a sala K117 e teve a presença dos alunos do projeto “Juventude e Oportunidade”, sediado no Centro de Educação e Formação Profissional do Caju, que oferece cursos técnicos a jovens, e escolaridade básica para adultos que não conseguiram concluir os estudos. A discussão fomentada pelas intervenções e pelo debate posterior contribuiu muito para uma reflexão acerca de como a universidade precisa ser repensada e das potencialidades para se continuar a fazer dela um espaço de resistência diante das múltiplas formas de desigualdade, em especial do racismo.

Para assistir o vídeo do evento na íntegra, clique aqui. Se preferir o áudio, aqui.

Foto: Aline Da Mata