A professora Andréa Gill publicou o capítulo “Im/possible Pathways: The Politics of Place and Decolonial Cartographies in the Global South” no livro “Investigating Cultures of Equality“, editado por Dorota Golanska, Aleksandra M. Rózalska, e Suzanne Clisby.
O capítulo reflete sobre os diversos caminhos abertos, fechados, e refeitos durante um projeto de pesquisa-ação iniciado em 2018 em periferias do Rio de Janeiro, com o objetivo de mapear e experimentar com abordagens artísticas para a violência racial e de gênero. Ao articular parcerias acadêmicas, artísticas e da sociedade civil, uma série de cursos comunitários e residências artísticas formativas foram projetadas e realizadas, culminando com a consolidação da Escola Livre de Artes (Elã) no Galpão Bela Maré, sob a direção do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, como um meio de gerar diálogos, conceitos e metodologias que avançam uma agenda coletiva de análise e ação política, em e através de linguagens artísticas que democratizam o acesso e repercutem com os territórios e sujeitos marginalizados no debate acadêmico e público. As conversas propostas assumem dilemas metodológicos como um problema de disposição, para além de procedimento, não impedindo a mobilização de diversas abordagens e conhecimentos arquivísticos, intertextuais, documentais, estatísticos, orais e vivos para compor os terrenos de pesquisa, constantemente sujeito a contestação, reformulação e reemissão. Ao chamar nossa atenção para as dinâmicas que sustentam o processo de investigação – desde antes trabalho de campo até após a disseminação de seus chamados outputs – torna-se possível enfrentar a forma como todo conhecimento é uma trans/formação da realidade.
A publicação é parte das iniciativas vinculadas ao projeto GlobalGRACE (Gênero e Culturas Globais de Igualdade). O GlobalGRACE é um programa de pesquisa financiado pelo Global Challenge Research Fund (GCRF) que mobiliza intervenções artísticas, curadorias e exibições públicas para pesquisar e possibilitar abordagens de gênero que contribuam para o bem-estar internacionalmente.
O projeto inclui acadêmicas/os e ONGs de Bangladesh, Brasil, México, Filipinas, África do Sul e Reino Unido. No Brasil, o projeto vem sendo desenvolvido por meio da parceria entre o Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e as ONGs Instituto Maria e João Aleixo, Instituto Promundo e Observatório de Favelas. A ação no Brasil está guiada pela proposta, “Descolonizando o conhecimento e refazendo as masculinidades através da arte: culturas de igualdade nas periferias urbanas do Rio de Janeiro”