Ciclo de Palestras do Eixo de Comércio Internacional de 2017.1

No início deste mês, o Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio realizou as primeiras palestras do “Ciclo de Palestras do Eixo de Comércio Internacional”. 

Dia 3, O IRI/PUC-Rio recebeu os professores Lia Valls PereiraThauan Santos e Marcelo José Braga Nonnemberg para falar sobre “A relevância das barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio MERCOSUL-UE e o caso do comércio de carnes nacionais”. 

A professora Lia Valls Pereira deu início ao debate ao falar sobre a “antiga” e a “nova” regulamentação no comércio internacional e o que a motivou, a economia política dos dois regimes, as respostas bilaterais da OMC e os acordos comerciais do Brasil. O professor Thauan Santos relembrou o começo da relação entre Mercosul e União Europeia, falou sobre o acordo que há entre eles, as negociações atuais, os obstáculos, além de analisar quantitativamente a relação comercial que há entre ambos. Já o professor Marcelo Nonnemberg focou nas exportações brasileiras de carnes. Ele explicou as “Medidas sanitárias e fitossanitárias” (SPS) no geral e seu papel nos acordos regionais, abordou os impactos de tais medidas no âmbito global e no que diz respeito ao comércio brasileiro de carnes.

Para assistir o vídeo da palestra na íntegra, clique aqui. Se preferir apenas o áudio, aqui.
Aqui, você confere o material usado nas apresentações dos professores.

No dia 11, o IRI/PUC-Rio realizou a palestra “O regime do comércio internacional em transformação: tensões da transição”, com o Embaixador Carlos Márcio Cozendey,

Subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, e mediação do professor Paulo Wrobel.

O evento teve como base a configuração do sistema multilateral comércios e os impasses que tem enfrentado. O embaixador abordou o panorama do Brasil no Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e os acordos de comércio que foram estipulados nas rodadas da Organização Mundial de Comércio (OMC), falou sobre a posição do Brasil frente às mudanças políticas comerciais internacionais e como se deu a relação do país com os outros países, além de levantar a questão sobre como os países ocidentais tratam a China que, apesar de ser um país em desenvolvimento, é o maior exportador e o maior importador do mundo.

Para ouvir o áudio da palestra, na íntegra, clique aqui.

As Relações Rússia-Estados Unidos na era Trump

No dia 27 de abril, tivemos o primeiro Debate de Conjuntura do semestre, com os professores Fabiano MielniczukESPM-Sul e AudiploJoão Nogueira, IRI/PUC-Rio, e Márcio Scalercio, IRI/PUC-Rio, e mediação do professor Paulo Wrobel, IRI/PUC-Rio. Os participantes debateram sobre “As Relações Rússia-Estados Unidos na era Trump” diante do Auditório do RDC lotado de alunos e de professores.

A palestra se deu frente a um cenário onde a relação entre os países tem sido destaque nos noticiários internacionais por diversos motivos. Muito tem se falado sobre a influência russa nas eleições norte-americanas, sobre o ataque americano contra a Síria, e sobre o aumento da tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, aliada à Rússia.  Segundo o professor Wrobel, tema mais atual não poderia ser, já que Donald Trump completou, no último dia 29, os seus primeiros cem dias como presidente americano.

O professor Fabiano Mielniczuk, analista de Rússia, deu início ao debate ao elaborar um panorama da relação entre os países nos últimos anos, o processo de desestabilização e quais os possíveis desdobramentos do atual desalinhamento político entre ambos, além do contexto eleitoral nas últimas eleições presidenciais americanas. Segundo ele, Hilary Clinton, ex-secretária do governo Obama e concorrente de Trump no ano passado, exerce papel fundamental para a compreensão da relação entre os países.

Já Márcio Scalercio deu continuidade à discussão ao basear sua apresentação em uma preocupação com o aumento de tensões na Europa, principalmente referente às questões militares, que têm se agravado desde a crise na Ucrânia. Além disso, ele destacou o papel da Otan nesse contextoambiente e concluiu ao dizer que imagina como uma ideia para diminuir a tensão entre os países, a possibilidade das relações do governo de Putin e Trump serem melhores do que as relações entre o governo de Putin e Obama.

Para João, a relação entre os países é ruim desde a administração de Clinton, e todos os governos falharam em tentar recupera-la. Ele diz que o que acontece hoje está muito mais ligado ao que se passa dentro dos Estados Unidos – e, por isso, é importante entender a crise do partido republicano. Para o professor, o mais interessante é tentar entender as relações entre os países no contexto da crise do projeto de ordenamento do mundo do pós-Guerra Fria. Segundo ele, não há nada de muito importante nas relações entre os países que não tenha acontecido desde o fim da Guerra Fria, mas há algo de novo que se segue no principal garantidor da ordem internacional, que é os Estados Unidos e, nesse sentido, mudanças podem acontecer.

Confira aqui o vídeo do debate na íntegra, e aqui, o áudio.

Professoras do IRI participam da Conferência Anual da Latin American Studies Association (LASA)

As professoras Claudia FuentesMônica HerzMarta Fernández e Maira Siman Gomes, do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, participaram da Conferência Anual da Latin American Studies Association (LASA), realizada entre os dias 29 de abril e 01 de maio, em Lima, Peru. Elas foram ao evento representar a Unidade do Sul Global para Mediação (GSUM), junto com Isa Mendes Pedro Maia, assistentes de pesquisa do GSUM. 

LASA é uma associação composta de indivíduos e instituições dedicadas ao estudo da América Latina que se reúnem todos os anos em uma conferência para discutir temas especializados sobre a região. A missão dela é promover o debate intelectual, a pesquisa e o ensino sobre os países latino-americanos e o Caribe e seus povos em todas as Américas, promover os interesses dos sócios e incentivar a participação cívica por meio do aumento de uma rede de relacionamentos e debate público.

A conferência deste ano teve como tema “Diálogo de Saberes” e contou com dois painéis. No primeiro, intitulado “Regional Practices and Challenges in Conflict Resolution in Latin America”Claudia Fuentes apresentou o trabalho “Brazil in Conflict Resolution: Principles, Policies and Practices”, e Mônica Herz, coordenadora do GSUM, atuou como debatedora.  Já a segunda mesa, chamada “Concepts, theories and practices in international peace mediation and peacebuilding”, foi organizada pela professora Maira Siman Gomes, coordenadora adjunta do GSUM.

GSUM é uma plataforma de aprendizado, pesquisa e treinamento, cujo objetivo é promover a difusão de conhecimentos e competências em mediação internacional entre acadêmicos, diplomatas, funcionários governamentais e atores não-governamentais do Sul Global. O projeto é resultado de uma parceria entre o IRI/PUC-Rio, o BRICS Policy Center e a Embaixada Real da Noruega no Brasil

Saiba mais aqui.

Assuntos que estarão na primeira semana da IPS Winter School 2017

Este ano, a primeira semana da IPS trará a professora Rita Abrahamsen, University of Ottawa,  e os professores R B J Walker, University of Victoria e PUC-Rio, e Michael J. Shapiro, University of Hawaii – Manoa. Entre os temas que serão abordados por eles estão as teorias críticas e a sociologia política internacional; segurança, desenvolvimento e democracia; e fluxo de contingentes – vida precária.

A Escola de Inverno IPS é um evento anual, com duração de duas semanas, cujo objetivo é debater temas e abordagens críticas propostas pela sociologia política internacional.  O curso, voltado para alunos de pós-graduação ou acadêmicos em início de carreira, é dividido em duas semanas e vai acontecer entre os dias 26 e 30 de junho (primeira semana) e 3 a 7 de julho (segunda semana) de 2017. 

As inscrições vão até o dia 31 de maio.

Aula Inaugural sobre Política Migratória dos EUA e Ascensão Mundial da Xenofobia

No último dia 21 de março, foi realizada a Aula Inaugural de 2017.1 do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. Este semestre, o IRI recebeu Deisy Ventura, professora de Direito Internacional e Livre-Docente do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP). Ela trouxe o tema “La Trampa: a política migratória dos Estados Unidos e a ascensão mundial da xenofobia”. A mesa também contou com mediação da professora Paula Sandrin (IRI/PUC-Rio).

Título da aula, o conceito “La Trampa”, vem do espanhol e significa armadilha, tentativa de enganar alguém. Partindo dessas definições, a professora buscou problematizar a construção dos discursos e imagens dos estrangeiros, imigrantes e refugiados que, segundo ela, permitiriam e legitimariam uma série de medidas políticas para contenção e exclusão dessas pessoas estigmatizadas. Na apresentação, a professora buscou expor os aspectos das duas ordens executivas de Donald Trump quanto a questão migratória nos Estados Unidos, comparando com as políticas  dos governos anteriores de Bush e de Obama, uma vez que as ações adotadas pelo recente governo Trump tiveram repercussão mundial.

Durante o evento, Deisy falou sobre a ideia de “fabricação do estrangeiro”. Para ela, a impressão que temos sobre eles é “uma síntese grosseira de informações incompletas”. Os estrangeiros (estendendo-se assim para imigrantes, refugiados, ou todos aqueles não-nacionais) frequentemente são vistos como suspeitos, como uma ameaça – aos postos de trabalho, à cultura – e são muitas vezes julgados e tratados pelo o que ainda não fizeram, mas supostamente fariam. 

Sobre os refugiados, a professora disse que 86% deles estão nos países do mundo em desenvolvimento e a maioria vive em condições nas quais não sobreviríamos uma semana.

Segundo ela, Turquia, Paquistão, Líbano, Irã e Etiópia são os que de fato passam por uma crise humanitária, diferente de países europeus e os Estados Unidos, já que apenas uma pequena parte dos refugiados tentam chegar nesses lugares – algo não abordado com a devida profundidade pela mídia.

Ao final da aula, Deisy conversou com o IRI sobre o atual estágio da política migratória brasileira. “Há no Brasil uma disputa em matéria de política migratória entre três grandes vertentes”, diz. A predominante é a primária, que pensa ser preciso reforçar os controles de fronteiras e vê o estrangeiro como uma ameaça em potencial. A segunda vertente é ligada ao trabalho, ao temor de que o migrante tire o emprego de alguém. Nesse sentido, eles seriam bem-vindos apenas na medida em que o mercado precise deles. Já a última vertente, mais alinhada ao posicionamento de Deisy, busca respeitar e defender o direito das pessoas.

Para a professora, mesmo tendo um número significativo de brasileiros no exterior, existe um dificuldade enorme para a população brasileira de ver os fluxos migratórios com simpatia e de se colocar no lugar dessas pessoas, tratando-as da maneira como gostaríamos de ser tratados quando migramos.  Para ela, a mobilidade humana é um tema que precisa ser mais estudado e trabalhado, já que a “trampa” é muito mais profunda.

Confira a entrevista concedida pela professora. 

Se você perdeu o evento, acesse nossos canais no YouTube e no SoundCloud e confira o vídeo e o áudio da aula na íntegra!

Início das aulas no Doutorado Interinstitucional IRI / UNILA

As aulas do novo Doutorado Interinstitucional (DINTER) IRI/ Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) foram iniciadas.

Composta por dez alunos, a primeira turma possui estudantes do Brasil, Paraguai e Peru. O curso visa a formação de pesquisadores no campo das Relações Internacionais, com ênfase nos processos de integração regional, particularmente na região latino-americana. Todos os alunos do programa irão passar o primeiro semestre de 2018 tendo aulas no IRI.

As aulas neste semestre serão ministradas pelos professores João Nogueira e Cláudia Fuentes Julio, em Teorias de Relações Internacionais; e pelos professores Bruno Magalhães e Isabel Siqueira, em Metodologia.

Saiba mais sobre o DINTER

O Mercado de Trabalho em Organizações Humanitárias

O Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio recebeu Vivian Alt, ex-aluna do IRI que hoje trabalha como Advocacy Coordinator na ONG Handicap International, no Iraque, para conversar com os estudantes de Relações Internacionais sobre o mercado de trabalho em uma área que atraí muitos alunos e alunas do curso: as Organizações Humanitárias. A conversa, que lotou o auditório do IRI, foi mediada por Danilo Marcondes, pesquisador de pós-doutorado do Instituto.  

Vivian explicou que as Organizações Humanitárias têm duas áreas diferentes: desenvolvimento e emergência humanitária. A área de desenvolvimento atua com projetos mais longos em países em conflito, países de renda baixa e média, e países em fase de “recuperação” de crise humanitária, enquanto a área emergencial tem projetos mais curtos que lidam com conflitos armados, desastres naturais, epidemias, entre outros. As formas de trabalho também podem ser duas: a área técnica, que exige especialização no campo de atuação – nessa área, os alunos de RI podem trabalhar com projetos ou cash transfer – e a área operacional – gerentes de projeto, administração, finanças, logística, coordenadores de operação e chefes de missão.

Ela esclareceu as diferenças entre essas áreas porque é muito importante para o profissional saber e planejar para onde se quer ir. Por isso, Vivian aconselhou os alunos a conhecerem seus gostos, qualidades e limitações. Muitas das missões das Organizações Humanitárias acontecem em países com condições desconfortáveis, então, é necessário saber, realmente, se você está disposto a abrir mão de determinados costumes. 

Entre outros conselhos, ela indica fazer cursos ou mestrado no exterior – imprescindível se deseja trabalhar em uma organização internacional, estagiar e fazer trabalhos voluntários no Brasil, saber qual é o seu diferencial e explorá-lo, persistir aos muitos “nãos” que virão e não ter pressa. 

Alunos de graduação participarão em pesquisas conjuntas do IRI/PUC-Rio e CCOPAB

No dia 6 de março, o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) recebeu professores, pesquisadores e alunos de graduação do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio para discutir as pesquisas que serão conduzidas conjuntamente pelas duas instituições no contexto dos trabalhos da recém-criada Rede Brasileira de Pesquisa em Operações de Paz (REPRAPAZ).

A reunião, que contou com a participação da professora Maíra Siman, do professor Ricardo Oliveira e do pesquisador de pós-doutorado Danilo Marcondes, teve como intuito avançar as linhas principais de investigação relacionadas aos Grupos de Trabalho I e III da REBRAPAZ (“Proteção de Civis” e “Capacidades, Performance e Desdobramento Rápido”). Por meio de um acordo concluído com CCOPAB em 2016, estudantes de graduação do IRI atuarão como pesquisadores voluntários no Centro, não apenas auxiliando os estudos e atividades de interesse de ambas as instituições, como também promovendo os debates já em andamento no âmbito da REBRAPAZ.

Leia mais sobre a parceria entre a CCOPAB e o IRI/PUC-Rio.

“Ilhas Falkland – Governo, Economia e Oportunidades na América do Sul”

Está disponível no YouTube e no SoundCloud, a palestra “Ilhas Falkland – Governo, Economia e Oportunidades na América do Sul”, realizada no dia 30 de novembro na PUC-Rio.

O evento sucedeu-se após a ONU decidir ampliar os limites da plataforma continental argentina, incorporando, dessa forma, as Ilhas Falkland – antes pertencente ao Reino Unido – ao território argentino.

Com mediação da professora Andrea Hoffman, IRI/PUC-Rio, a palestra contou com a presença de três representantes das Ilhas Falkland: Michael Poole e Phyl Rendell, da Assembleia Legislativa, e Rody Cordeiro, do Departamento de Recursos Minerais.

Para acessar o vídeo da palestra, clique aqui

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Marta Fernández eleita como representante da IPS na ISA

A diretora do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, professora Marta Fernández, foi eleita pela International Political Sociology (IPS) para o cargo de representante dessa seção na International Studies Association (ISA), posição que ela passará a ocupar ainda no mês de fevereiro.

IPS tem como objetivo construir mais diálogos entre o campo das Relações Internacionais e o campo da Sociologia, com especial foco na Sociologia Crítica. A seção também procura integrar os níveis de análise domésticos e internacionais, com especial ênfase nas dimensões sociais e culturais dos estudos das Relações Internacionais. Além disso, a seção também tem como objetivos incentivar a inovação nos campos metodológicoepistemológicoanalítico e teórico através da interdisciplinaridade e trocas com outros campos, principalmente da sociologia.

Conheça também a Escola de Inverno International Political Sociology (IPS Winter School), um curso com duração de 2 semanas que busca criar um ambiente acadêmico favorável ao debate acerca das teorias críticas de Relações Internacionais, organizado pelo Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. As datas para a terceira edição da Escola de Inverno IPS em 2017 já estão confirmadas. A escola acontecerá entre os dias 26 e 30 de junho (primeira semana) e 3 a 7 de julho (segunda semana) de 2017.