Narrando o Brasil: nexos e reversos da política ‘externa’ com Francine Rossone de Paula.

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14 Nov

O Instituto de Relações Internacionais (IRI) tem o prazer de convidar todas e todos para o primeiro encontro do grupo Narrando o Brasil: nexos e reversos da política ‘externa’, dia 14 de novembro, às 14 horas, no Auditório do IRI 2.

O grupo de pesquisa Narrando o Brasil: nexos e reversos da política ‘externa’ busca pensar as múltiplas narrativas, performances e práticas que moldam interpretações sobre o que é o Brasil, para quem é o Brasil, e onde está o Brasil no tempo e no espaço. Embora a política externa esteja no centro das interrogações deste grupo, esta, antes de ser pensada como um espaço encerrado de tomada de decisões da chamada alta política, é concebida, diferentemente, como um lócus de mediações, tensões, negociações e apagamentos dos diferentes movimentos e agenciamentos que perpassam e constituem a política cotidiana. 

No grupo Narrando o Brasil a política externa é analisada como resposta a e/ou reflexo de questões socialmente problematizadas, considerando suas conexões e desconexões com os discursos e processos de diferenciação e identificação, assimilação e exclusão, que instituem historicamente, e habitualmente, ideias de Brasil e de comunidade política. As pesquisas conduzidas a partir deste grupo não buscam coerência, rigidez e definições únicas para pensar o Brasil, mas, ao contrário, têm como ponto de partida o tratamento da política externa/pública no registro da diferença, da hibridez, da polifonia e das hierarquias e violências que subjazem a qualquer construção política e identitária. 

O debate no dia 14 de novembro, primeiro encontro aberto do grupo, contará com a presença de Francine Rossone de Paula, autora do livro “The emergence of Brazil to the Global Stage: ascending and falling in the international order of competition” (Routledge, 2018). 

Em seu livro, Francine analisou a política externa brasileira do início do século XXI enquanto performance que pretendeu questionar o status e o posicionamento do país em relação a seus pares na política global, mas que foi moldada por estruturas normativas e discursivas dominantes que favoreceram a manutenção da hierarquização de Estados e sociedades.

As análises mais recentes da autora buscam investigar a forma gendrada de mapeamentos geopolíticos e seus obstáculos para a construção e expressão de agendas diplomáticas feministas a partir de uma perspectiva geopolítica feminista. Distinções arbitrárias entre espaços para a paz, docilidade e vida de um lado e para a guerra, selvageria, e morte de outro lado também são questionadas via um entendimento da importância de considerar nossas sensibilidades estéticas perante estudos e mapeamentos que tomam territórios urbanos e cidadãos brasileiros como objetos referentes de (in)segurança.

A pesquisadora contribui com o Narrando o Brasil ao ampliar os espaços para a visibilidade de outras performances e de outros futuros possíveis, ao passo que questiona e desestabiliza os limites do vocabulário tradicional de política (externa) brasileira. Seus estudos contribuem para um entendimento pós-positivista de análise ao considerar a relevância de regras e normas escritas e não escritas que frequentemente determinam tanto a possibilidade de reconhecimento, inclusão e participação de certos sujeitos na formulação de agendas políticas, econômicas, sociais e culturais no âmbito nacional e internacional quanto os critérios para a ascensão de agendas, agentes e lugares a posições de destaque nos fóruns e plataformas nacionais e globais.

O encontro será também um espaço para um diálogo sobre as pesquisas dxs estudantes e professorxs que já compõem, ou desejam compor, o grupo Narrando o Brasil.

Contamos com sua presença!

*O Auditório do IRI 2 está localizado na Rua Marquês de São Vicente, 232 – loja A, Gávea, Rio de Janeiro.

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