Histórico

Instituto de Relações Internacionais (IRI/PUC-Rio), criado em 1979 como Unidade Complementar do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio, foi marcado desde o seu início pela forte ênfase nas atividades de pesquisa e de ensino na Pós-Graduação. O Instituto foi, juntamente ao IRel/UnB, pioneiro na criação e na promoção da pesquisa na área de Relações Internacionais (RIs).

Inaugurado como núcleo de reflexão sobre as RIs, o IRI passa a incorporar as atividades de ensino na pós-graduação, entre 1983 e 1986, no âmbito da área de concentração Direito e Relações Internacionais do mestrado em Ciências Jurídicas da PUC-Rio. Nesse mesmo período, verifica-se a expansão das atividades de pesquisa e sua disseminação por meio do lançamento do periódico Contexto Internacional, cujo primeiro número foi publicado em 1985. A Contexto Internacional hoje se estabeleceu como referência na área e como importante fator de divulgação, visibilidade e internacionalização do Instituto. 

Face à necessidade de formar quadros para a área de Relações Internacionais e à carência de pesquisas e formação específica na disciplina, e diante da ampliação dos debates sobre o campo de investigação em âmbito regional e global, o IRI inaugurou em 1987 o Mestrado em Relações Internacionais, na área de concentração de Política Internacional. O amadurecimento das atividades de ensino e pesquisa no âmbito da Pós-Graduação fez com que, em 2001, fosse implantado, de forma pioneira no país, o Doutorado em Relações Internacionais. Tendo completado um quarto de século de funcionamento, a Pós-Graduação do IRI hoje possui papel de liderança no ensino e pesquisa em RIs no Brasil.

Após uma década de funcionamento, o doutorado do IRI encontra-se já consolidado como uma das principais referências nacionais para a formação de quadros de alto nível para atuação em cursos de graduação e pós-graduação em Relações Internacionais no Brasil e no exterior. Muitos egressos do IRI foram incorporados em atividades de ensino, pesquisa e extensão em diversas universidades públicas e privadas do Rio de Janeiro e do país, contribuindo, dessa maneira, para o crescimento e consolidação da disciplina nacionalmente. Ao lado da consolidação da Pós-Graduação, merece destaque a consolidação e o crescente alcance da Graduação em Relações Internacionais, criada em 2003.

Em 2013, a Graduação em Relações Internacionais do IRI completou 10 (dez) anos de funcionamento, percorrendo uma trajetória que a consolidou como um dos cursos mais importantes do país. A graduação do IRI tem alcançado as melhores notas no ENADE entre os cursos do Rio de Janeiro e foi classificada pelo Guia do Estudante 2016 com 5 (cinco) estrelas.

Desde o último triênio e, particularmente após a reforma do projeto pedagógico da graduação em 2009, o IRI envidou esforços no sentido de dotar de maior consistência os vínculos entre seus programas de ensino e pesquisa. Cumpre salientar, ainda, a implementação desde 2008 do curso de pós-graduação lato sensu, Especialização em Relações Internacionais, denominado Relações Internacionais Contemporâneas – atores e processos (RIC).

A experiência da Especialização criou as condições para a o estabelecimento de um Mestrado Profissional no IRI que entrou em vigor em 2016. O Mestrado Profissional em Análise e Gestão de Políticas Internacionais: Resolução de Conflitos e Cooperação para o Desenvolvimento (MAPI) é um programa de Pós-Graduação Stricto Sensu criado para capacitar os seus alunos para o exercício profissional na área de Relações Internacionais.

O Mestrado Profissional combina, no seu currículo, fundamentos teórico-conceituais com o desenvolvimento de habilidades específicas para a prática profissional. Para além da integração docente, os processos de passagem direta da graduação para o mestrado e do mestrado para o doutorado têm contribuído, sobremaneira, para integrar o ensino e a pesquisa em Relações Internacionais da graduação e da pós-graduação do Instituto. Espera-se que o Mestrado Profissional complete esse ciclo de integração ao oferecer uma alternativa, com o mesmo nível de excelência do nosso Mestrado Acadêmico, para aqueles alunos da graduação que desejem se engajar com programas profissionais nas duas áreas de concentração do MAPI: “Cooperação internacional para o Desenvolvimento” e “Resolução de Conflitos internacionais”.

Ademais da criação do MAPI, outra iniciativa que revela os esforços crescentes do IRI para a superação da distância entre a produção de conhecimento e a formulação de políticas diz respeito à criação do BRICS Policy Center (BPC) em 2010. Administrado pelo Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio em parceria com a Prefeitura da Cidade, o BPC se dedica aos estudos sobre os países que compõem o agrupamento BRICS (Brasil, Índia, China e África do Sul) e demais potências médias. A mediação internacional de conflitos, a cooperação internacional para o desenvolvimento, o estudo sobre cidades e as questões socioambientais são alguns dos eixos temáticos desenvolvidos no Centro, plenamente integrados às linhas de pesquisa do IRI.

O BPC promove a cooperação, bem como a troca de informações entre instituições de pesquisa dos países BRICS. O Centro divulga suas pesquisas através de artigos acadêmicos, policy briefs, monitors, livros e indicadores, todos disponíveis em seu website. O BPC mais uma vez se destacou, em 2016, entre os melhores Think Tanks do mundo, segundo o relatório anual elaborado pela Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos. O Global Go To Think Tank Report 2016 tem como objetivo reconhecer as importantes contribuições e tendências globais perpetradas pelos Think Tanks. Dos 89 Think Tanks que aparecem no relatório, o BPC tem as melhores posições em categorias como “Top Think Tank de Ciência e Tecnologia”, “Melhor Ideia ou Paradigma Desenvolvido por um Think Tank”, “Melhor Programa de Pesquisa Transdisciplinar”, “Melhor uso de Mídias Sociais e Network” e, finalmente, como o único representante brasileiro na categoria “Melhores Think Tanks Afiliados a Universidades”.

Em 2013, foi lançada a “Unidade do Sul Global para Mediação” (Global South Unit for Mediation – GSUM), uma plataforma de conhecimento, pesquisa e treinamento, cujo objetivo é promover a difusão de conhecimentos e competências em mediação internacional entre acadêmicos, diplomatas, funcionários governamentais e atores não-governamentais do Sul Global. O projeto surge da parceria entre o IRI, o BPC e a Embaixada Real da Noruega no Brasil e tem como missão a produção de conhecimento acerca dos diferentes aspectos da mediação internacional, com ênfase em experiências e contribuições do Sul Global. As experiências do BPC e do GSUM vêm contribuindo para (i) a internacionalização e visibilidade do Instituto, (ii) a interação acadêmica entre alunos da graduação, da pós-graduação e corpo docente (iii) adensamento da produção científica e técnica do Instituto, (iv) conjugação de produção de conhecimento científico com o desenvolvimento de habilidades e competências profissionais e, ainda, (v) para pluralizar e descentrar a produção de conhecimento e de práticas dominantes a partir da experiência e contribuições do “Sul Global”.

Destaca-se, no âmbito das políticas de solidariedade do IRI, a aprovação, em 2015, do programa de doutorado inter-institucional (DINTER) entre o IRI/PUC-Rio e a UNILA (Universidade Federal de Integração Latino-Americana) voltado para a formação de doutores na área de concentração de Política Internacional com ênfase nos processos de integração regional, particularmente na região latino-americana.

Para concluir, o programa do IRI conta com um corpo docente plural, altamente qualificado, atualizado e internacionalizado que transita pelos diferentes programas do Instituto e que conta com uma profícua produção científica nacional e internacional enquadrada nos estratos superiores da área de Ciência Política/Relações Internacionais. Para além dos espaços de debate criados pelo Programa onde os alunos da Pós-Graduação, do Mestrado e do Doutorado, interagem entre si e com o corpo docente, os alunos da Pós-Graduação também percorrem os diferentes programas do IRI, se envolvendo na co-tutoria das atividades de iniciação científica e atuando como estagiários docentes da graduação, participando de projetos de pesquisa dos docentes financiados pelo CNPq, FAPERJ e CAPES, se envolvendo nas atividades de pesquisa do BPC e do GSUM e produzindo artigos em co-autoria com o corpo docente.