As consequências do colonialismo no mundo contemporâneo

Compartilhar

Nos dias 9, 10 e 11 de outubro, o Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio realizou o seminário “Descolonizando as Relações Internacionais: Pós-Colonialismo e seus Fragmentos” que teve como objetivo promover um debate sobre atores subalternos e sobre temas tradicionalmente subestimados no campo de estudo das Relações Internacionais, a partir do contributo das abordagens pós-coloniais. 

Durante o evento, foi lançado o dossiê “Feminismos, Gênero e RI“, que faz parte da “Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD“.

O primeiro painel “Entre a culpa e a inocência: cumplicidades na modernidade pós-colonial“, mediado pelo professor James Klausen, recebeu Ranjana Khanna (Duke University) e Natália Félix (IRI/PUC-Rio). O objetivo foi criar espaços conceituais, políticos e estéticos entre a culpa e a inocência – ou talvez nem culpa nem inocência – a partir dos quais engajar ambivalências e continuidades da relação entre a modernidade colonial e seus sujeitos (pós-coloniais).

O segundo painel “Racismo, razão humanitária e intervencionismo pós-colonial“, com mediação do professor João Pontes Nogueira, direcionou olhares críticos do pensamento pós-colonial sobre o papel de estados nacionais nascidos escravocratas, como o Brasil, e hoje considerados pós-coloniais, no regime humanitário ainda em voga, contribuindo assim para os debates sobre a centralidade da raça e racismo em curso nos campos críticos da Teoria de Relações Internacionais. O objetivo também foi problematizar a formação e reprodução das hierarquias raciais no que Paulo Gilroy chamou de Atlântico negro e sua relação com a formação e reprodução de estados pós-coloniais no ocidente remoto. Como participantes, recebemos Sam Opondo (Vassar College), Áureo Toledo (UFU) e Miguel Borba de Sá (IRI/PUC-Rio).

O terceiro painel, no dia 10 de outubro, falou sobre “Fronteiras, insurgência e pensamento pós-colonial“. Com mediação da professora Carolina Moulin, a mesa discutiu a relação entre pós-colonialismo como abordagem teórica e experiência política a partir da chave da insurgência e da fronteira. Participaram da discussão Anna Agathangelou (York University), Ana Carolina Delgado (UNILA) e Jean Tible (DCP/USP).

Confira aqui a entrevista que fizemos com Jean Tible.

O painel quatro “Direitos Humanos internacionais e os pensamentos pós-coloniais e decoloniais: histórias, teorias, políticas” teve como objetivo repensar os direitos humanos internacionais a partir dos pensamentos pós-coloniais e decoloniais, de forma a contribuir para estudos que questionem e repensem as experiências (pós-)coloniais das violências e injustiças modernas. Com mediação do professor Roberto Yamato, o painel recebeu José Manuel Barreto (Universidade de Los Andes), Bethânia Assy (UERJ/Direito PUC-Rio), Florian Hoffmann (Direito PUC-Rio), George Galindo (UnB) e João Henrique Roriz (UFG).

O quinto painel falou sobre “Racismo e Pós-Colonialismo: reverberações epistemológicas” e visou discutir o racismo epistemológico que opera privilegiando os homens brancos ocidentais nas ruas e nas universidades e que se apresenta como a única forma legítima para produção de conhecimento. Com mediação do professor Victor Coutinho, a mesa teve a participação de Charles Mills (CUNY), Thula Pires (Direito PUC-Rio), Andrea Gill (IRI/PUC-Rio) e Jaílson de Souza (Observatório de Favelas).

Confira aqui as entrevistas que fizemos com Charles Mills e  Jaílson de Souza.

Tags

ColonialismoDecolonialDireitos HumanosFronteirasModernidadePós-ColonialRacismo