Política Brasileira e a Criação de um Complexo Regional de Segurança no Atlântico Sul: Pax Brasiliana?

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Nos últimos cinco anos, a região do Atlântico Sul tornou-se um elemento central da política de segurança brasileira, com o Brasil apoiando ativamente a noção de uma consciência de segurança transoceânica envolvendo os estados litorâneos africanos. Investiu em iniciativas diplomáticas, como a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZPCSA, ou ZOPACAS), e extensa cooperação militar com estados da África Ocidental, como São Tomé e Príncipe, Namíbia e Cabo Verde. Seus documentos de política interna de segurança e defesa foram atualizados repetidamente para refletir essa dimensão e agora fornecem a base para o avanço dessas iniciativas. Esse impulso político é direcionado para garantir os ativos petrolíferos offshore do Brasil e limitar a influência do que chamou de “potências extra-regionais”, como o P-5. Este artigo destaca essas iniciativas e revisa as perspectivas dessa política examinando a plausibilidade da região do Atlântico Sul como um complexo regional de segurança no sentido cunhado por Buzan e Wæver. A análise baseia-se no papel da proximidade geográfica e linguística nas relações internacionais e no impacto dos organismos multilaterais na construção de apoio para uma abordagem regional da governança da segurança.

Palavras-chave
Atlântico Sul; Complexo Regional de Segurança; Comunidades de Segurança; Cooperação Sul-Sul; Paz do Atlântico Sul; Zona de Cooperação

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Atlântico SulBrasilSegurança InternacionalZOPACAS