From binary to intersectional to imbricated approaches: gender in a decolonial and diasporic perspective

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Este artigo propõe uma releitura do problema de gênero ou, como tem sido colocado, na maior parte das vezes, ‘o problema da mulher,’ a partir dos sistemas de poder moderno/colonial e suas normas, padrões, ideais e pactos políticos. Nesse sentido, busca-se abrir um diálogo com concepções de gênero que respondam às dinâmicas que forjaram as sociedades modernas/coloniais em Abya Yala, inspirando-se nas perspectivas decolonial e afrodiaspórica. Para este fim, o artigo mapeia alguns dos canais disponíveis do debate de gênero no que veio a ser conhecido como o Sul global e que destacam as maneiras pelas quais as relações entre categorias de opressão e privilégio (como raça, classe, sexualidade e gênero) são refletidas e posicionadas de modo a lidar com a colonialidade do saber, do poder e do ser. O objetivo principal é investigar as condições político-epistêmicas que estruturam o pensamento de gênero de forma binária e interseccional e, por sua vez, abrir espaço para abordagens imbricadas e forjadas a partir de histórias que tomam como ponto de partida referências teóricas de lugares situados como “outros” dentro de uma economia política global de saber/poder/ser. Mais do que uma crítica dos pontos de vista teóricos do Norte global, em si e de si mesmos, aqui são analisados os termos através dos quais gênero e feminismos foram colocados em debate para responder às nossas realidades. Propõe-se recentrar as referências que pautam as discussões de gênero no contexto de Abya Yala para que não se perca a dimensão do que está em jogo quando se reivindica gênero como categoria política, normativa e analítica: as (im)possibilidades de viver a humanidade plena nos próprios termos.

Artigo publicado na revista Contexto Internacional.

Autoras: Andréa Gill & Thula Pires

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Abya YalaAfrodiaspóricoDecolonialGêneroInterseccionalRaçaSexualidade